Estudo sobre as mudanças de rotina durante o distanciamento social e suas consequências
Publicado em 30.09.2020
Equipe de pesquisa do HCPA está recrutando interessados em participar do estudo sobre mudança de rotina durante o distanciamento social
Texto por: Equipe de pesquisa da Prof. Maria Paz Loaya Hidalgo
Durante o setembro amarelo, o mês de prevenção ao suicídio, ocorrem diversos eventos de divulgação sobre o tema com o objetivo de promover debates e salientar a importância de sua discussão. Vários são os “tabus” relacionados ao que se consideram comportamentos saudáveis e nem sempre percebemos o quanto a organização social pode influenciar a saúde mental. Mesmo antes da pandemia, você conseguia dormir a quantidade de horas que precisava?Por que precisamos interromper o sono na maior parte dos dias com o uso do despertador? Como a iluminação artificial pode afetar nossa saúde? Será que dormir mais ou acordar mais tarde é sinônimo de ser preguiçoso?
Foto: Pexels
Algumas questões do nosso dia-a-dia são tão corriqueiras que pouco paramos para nos perguntar qual a sua origem e o seu impacto na saúde: acabamos por considerá-las “naturais” ou “normais”. Este momento, em que precisamos ressignificar o “normal”, tornou-se uma oportunidade única para refletirmos sobre como preservar a saúde mental em tempos de pandemia e fora dela.
No primeiro evento online do Tabu das Cores, a conversa teve como tema ritmos biológicos. Nas últimas décadas, a Cronobiologia vem revelando a relação entre alterações destes ritmos e diversos mecanismos fisiopatológicos. As variações que ocorrem de forma cíclica no nosso corpo – como, por exemplo, o sono e a vigília, ou a secreção de determinados hormônios – são regidas por um intrincado sistema que tem por objetivo sincronizar o nosso organismo ao ambiente em que nos encontramos. A desorganização deste sistema está relacionada a diversas doenças, inclusive transtornos psiquiátricos como a depressão. Portanto, tem se tornado cada vez mais claro que o cuidado com o nosso “relógio biológico” é essencial para preservar a saúde e prevenir transtornos mentais.
O ESTUDO
Em um estudo realizado em colaboração por pesquisadores do HCPA, da UFRGS, da Unifesp, da McMaster University e da InnovaSpace, estamos avaliando como a mudança da rotina, do sono e da organização do nosso tempo estão relacionados à saúde durante este período de distanciamento social e, em especial, se estas alterações estariam associados a sintomas de depressão e ansiedade mais graves. Com base nos resultados do estudo e entendendo melhor estas associações, poderemos propor maneiras de diminuir as consequências do distanciamento social e de se manter saudável, mesmo quando não estivermos mais em situação de pandemia.
RESULTADOS PRELIMINARES
Ainda estamos coletando dados, mas, em resultados preliminares, observamos que a maioria dos participantes relata estar tendo problemas com seu sono – 62,8% (dados coletados até 03/09/2020). Sintomas moderados a graves depressivos e de ansiedade foram reportados por 38% e 42% dos participantes. Entre os participantes que dizem ter problemas de sono, a proporção de indivíduos que relata sintomas depressivos e de ansiedade moderados a graves chega a ser 3,9 e 2,5 vezes maior, respectivamente, em relação aos que relatam não ter tais problemas. Tais dados evidenciam a importância de se considerar as alterações do sono no atual contexto. Por outro lado, a situação nos permite investigar como horários de trabalho flexíveis, mais comuns durante a pandemia, podem estar trazendo benefícios ao diminuir a privação de sono muitas vezes associada à rotina dos dias de trabalho.
Foto: Pexels
Se interessou em participar do estudo?
Interessados em participar do estudo ainda podem responder ao questionário, disponível aqui.
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