Iniciando a programação do último dia do FUNDMED Rocket, que ocorreu em 25 de novembro, Gabriel Franzoni, professor e e pesquisador em Empreendedorismo e Inovação com vasta experiência no tema, iniciou esclarecendo onde ocorre o empreendedorismo e a inovação em saúde: empresas e instituições, startups, e através dos próprios profissionais da saúde. Assim, palestrante iniciou sua fala abordando a mudança de cenário e o crescimento do número de empreendedores na saúde: “nos últimos anos tenho visto um aumento brutal de startups na área”, sublinhou.
Segundo Franzoni, o foco dos novos negócios negócios e produtos está baseado em serviços de prevenção em saúde. “É algo para ficar atento na área da inovação em saúde”, afirmou. Outro ponto importante para o palestrante em relação ao mercado da inovação em saúde é a ligação com as tecnologias de observação e rastreamento: “a necessidade de monitoramento em tempo real de pacientes dentro e fora do hospital também é uma lacuna de mercado para novas startups”, considerou.
A experiência do paciente é um ponto de atenção atualmente. Para Gabriel, esse fator está sendo considerado por todos os players da área da saúde, que estão desenvolvendo suas soluções preocupados com a humanização e o acompanhamento dos clientes. Profissionais da saúde que têm o seu consultório ou clínica já são impactados por isso. Segundo Franzoni, quem está atento a esse fator de inovação acaba tendo vantagem competitiva. “Muitos profissionais da saúde já valorizam muito mais a questão do relacionamento com o cliente: pode ser a partir de uma presença digital mais forte, ou mesmo do contexto de humanização e experiência do paciente”, reforçou.
Após, Gabriel trouxe alguns dados sobre inovação em saúde no país. Destaca Brasil é o 8º maior mercado do mundo na área da saúde, e ainda está crescendo. Já as healthtechs, startups da área da saúde, cresceram 141% nos últimos seis anos.
Embora seja um mercado estabelecido, há oportunidades para adentrar neste espaço, segundo Gabriel. Com o aumento da demanda por soluções e serviços em saúde, o movimento natural é o de criação de novos negócios. “Dentro do mercado gigantesco da saúde, não temos nem 1.000 startups no país atualmente. Quem quer atuar resolvendo um problema real de um público relevante neste mercado, vai surfar em um oceano azul”, comentou. Gabriel também sublinhou que as startups da saúde são umas das que mais recebem investimento, pois ainda é uma área que tem mais demanda do que oferta.
Porém, segundo a experiência da Franzoni, os três principais obstáculos na hora de empreender passam por uma educação carente de bases de gestão e inovação, onde as pessoas acabam tendo ideias excelentes que sofrem com o processo de tentativa e erro ao invés de seguir um planejamento. Apesar disso, o erro é inerente ao processo de inovação, por isso a tentativa e erro não é necessariamente ruim, mas é necessário saber aprender com os percalços, testar a solução, construir um MVP, e focar mais no problema a ser resolvido do que na solução criada. Esses e outros fatores causam desperdício de recursos e energia, por falta do conhecimento de técnicas de empreendedorismo. E como fugir disto?
Para Gabriel, uma mudança cultural já está em curso, que está facilitando o sucesso do profissional da saúde. A inovação e o empreendedorismo vêm sendo mais abordados em cursos de graduação, a concorrência mais acirrada tem feito as pessoas buscarem diferenciais em seus atendimentos, e a necessidade de incorporar metodologias voltadas ao empreendedorismo e a gestão de negócios tem sido cada vez mais percebida.
Franzoni concluiu sugerindo aos espectadores que busquem os benefícios de um mercado ainda inexplorado, mas com potencial gigante no Brasil, treinando e desenvolvendo características e comportamentos necessários para o êxito em seus empreendimentos, pois com esta visão e postura, suas chances de sucesso no manejo de um negócio são muito maiores.
Confira todas as palestras do FUNDMED Rocket 2021 neste link.
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