O Fundmed Rocket pousou em uma nova atmosfera.
Depois de uma programação repleta de palestras e workshops sobre futuro da educação, inovação e empreendedorismo, o evento chegou a última missão. O dia 3 foi marcado pela apresentação de cases de startups da saúde. O objetivo do projeto foi estimular os tripulantes a se tornarem agentes transformadores dentro dos seus próprios ecossistemas, motivando-os a colocar ideias em prática.
A terceira e última atração do Rocket aconteceu no dia 25/11 às 19h10 com a presença de Sara Bianchi da Startup Isobio e Bibiana Matte das Startups Núcleo Vitro e Ambi Realfood.
A palestra foi mediada por Gabriel Borela Franzoni, professor e pesquisador em empreendedorismo e inovação. O bate-papo começou com Bibiana Matte, a qual compartilhou sua trajetória profissional com os participantes. “Durante o doutorado eu já tinha uma inquietação de fazer o que a gente fazia dentro da universidade para opções de mercado. Então, eu já tinha essa vontade de […] empreender”.
Dessa forma, em 2019, surgiu a Núcleo Vitro, cuja principal motivação foi a busca de metodologias alternativas ao uso de animais. Bibiana explicou sobre a rotina de trabalho. “Nós fazemos estudos de biologia celular e molecular sem utilizar animais para avaliar a segurança e a eficácia de produtos para a saúde. Então, a gente utiliza o modelo da pele equivalente. E isso nós temos um pioneirismo no Brasil”. Além disso, por conta da pandemia, “[…] também começamos a desenvolver estudos antivirais”, sublinhou.
Para Bibiana, começar uma empresa não é nada fácil, porque os desafios são constantes. “É importante estar conectado com uma parte jurídica, financeira e de contabilidade, além também de fazer o que a gente gosta que é essa parte de inovar e fazer pesquisa […]”. Sendo assim, enfatizou que “[…] ter essa experiência científica e questionadora contribui para essa possibilidade de desenvolvimento empreendedor”. Contudo, frisou que a jornada profissional de cada pessoa é única. “Duas pessoas trilhando a mesma graduação e a mesma pós graduação vão chegar em caminhos totalmente diferentes. Então, é preciso ter tranquilidade de seguir o caminho que faz mais sentido para você”.
Por sua vez, Bibiana explicou que a Ambi Realfood, primeira startup de carne cultivada brasileira, nasceu em 2021 diante do questionamento de como impactar a sociedade. “A ideia é produzir um produto de carne sem a necessidade de abater animais, mas sim isolando as células bovinas, crescendo elas e diferenciando elas em um produto igual a carne com sabor, nutrientes e textura, mas sem a cultura tradicional da pecuária”.
Na sequência, foi a vez de Sara Bianchi contar sobre a história da startup Isobio aos tripulantes do Fundmed Rocket. Inicialmente, esclareceu que o nome Isobio provém de isolamento e biodiversidade, acrescentando que o lema do negócio é “simplificar a pesquisa em produtos naturais”.
Durante a sua fala, Sara ressaltou que há no Brasil uma dependência de insumos farmacêuticos e químicos importados, representando uma porcentagem de 90%. “Quase tudo que a gente tem de insumo farmacêutico e químico é importado de outros países. Essa dependência brasileira do mercado externo, ficou ainda mais evidente na pandemia quando faltaram medicamentos”, salientou. Por outro lado, também há a indisponibilidade de substâncias específicas de biodiversidade brasileira. “Temos a maior biodiversidade da terra e boa parte dela não é explorada”, comentou. Sendo assim, Sara mencionou que a Isobio surgiu com a proposta de isolar substâncias de origem natural com alto grau de pureza para atender as necessidades dos setores de P&D da indústria, com custo acessível, rapidez e inovação.
Sobre a transição da pesquisa para o mundo dos negócios. Sara foi enfática ao dizer que o grande desafio do mercado “é sempre […] estar escutando os seus clientes”. Além disso, ressaltou a importância de formar uma equipe de trabalho conectada. “[…] O importante é […] sempre se cercar de pessoas que podem auxiliar a fazer isso possível”.
Para encerrar, as empreendedoras deram dicas práticas aos tripulantes visando auxiliá-los no processo de transição entre pesquisa e mercado, principalmente, quando se trata de áreas relacionadas à saúde. “Eu acredito que existem alguns componentes que auxiliam na jornada. Uma delas é ter redes de apoio […]. Outra é ter um perfil, publicar sobre o que pensam, o que estão fazendo, quais são os desafios e ver o que as outras pessoas estão publicando. Ter um LinkedIn aproxima profissionais”, finalizou Bibiana.
Sara complementou o pensamento, sublinhando a necessidade de se desafiar. É fundamental “você entender a sua pesquisa e começar a pensar ela fora da caixa”. Existem muitas ferramentas que facilitam. Ir para uma roda de discussão te induz a pensar diferente”, concluiu.
Mas você pode conferir todas as palestras e a cápsula discovered: eventos.fundmed.org.br/jornadas-rocket
Nessa jornada de três dias, foi possível provocar a reflexão nos tripulantes, estimulando-os a ampliar os seus horizontes profissionais, especialmente, no que se trata de inovação, educação e empreendedorismo. Fica agora a expectativa de novas missões para continuar explorando outros universos.
📩 Quer ser avisado(a) sempre em primeira mão sobre novos eventos?
Assine a nossa newsletter, pois enviamos sempre que lançarem por e-mail!